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Apresentação




Princípios de ANATOMIA VEGETAL


 

Aspectos gerais

Em linhas gerais, a Anatomia Vegetal é a área da Botânica que objetiva estudar células, tecidos vegetais e suas organizações nos diversos órgãos. Considerando que a célula é o ponto inicial para a formação de tecidos, inicialmente abordaremos a anatomia das células vegetais, em seguida comentaremos os principais tecidos (primários e secundários) que formam todo o corpo vegetal.

Particularidades da célula vegetal

Particularmente, a célula vegetal apresenta três características importantes que merecem ser destacados: (i) parede celular, (ii) vacúolo e (iii) plastídeos.
A parede celular confere rigidez, forma e tamanho da célula, sendo responsável pela restrição da expansão do protoplasto e por impedir a ruptura da membrana; também atua como uma barreira contra patógenos. Ocorre externa a membrana plasmática, é uma estrutura versátil, sutil e dinâmica e passa por modificações durante o crescimento e desenvolvimento celular, porém possui crescimento irreversível. A composição da parede varia de acordo com o tipo de célula e com o estágio de desenvolvimento.
É caracterizada como parede primária, secundária e, menos comumente, terciária. A parede primária é porosa, constituída celulose (sintetizado a partir de complexos celulose sintase e depositada na parede celular em fibrilas paralelas perpendiculares ao eixo de crescimento), hemicelulose (polissacarídeos que geralmente possuem uma estrutura de resíduo de glicosil ligada a β-1,4 equatorial; ex.: xilano e o galactoglucomanano) que conectam as fibrilas de celuloses entre si, substâncias pécticas e lipídicas e proteínas. Este tipo de parede é comum, entre diversos tipos celulares, destacando-se as células meristemáticas, epidérmicas e parenquimáticas. Vale destacar que nas células do colênquima apresenta paredes primárias espessadas devido às microfibrilas de celulose com disposição laxa, predominando matriz de polissacarídeos com pouca celulose.
Já a parede secundária, ocorre internamente à parede primária e externamente à membrana plasmática; geralmente depositada de forma homogênea em células que já atingiram a forma e tamanho definido. Neste tipo de parede, além dos componentes supracitadas há a um aumento da quantidade e espessura das microfibrilas de celuloses e a ocorrência de lignina, um polímero complexo que aumenta a resistência e rigidez da parede celular; por fim, pode apresentar até três camadas, S1, S2 e S3 que se distinguem pelo direcionamento das fibras. Frequentemente, quando a célula com parede secundária atinge a sua forma final, o citoplasma entre em processo de lise.
Alguns trabalhos citam a presença de uma parede celular terciária, interna a secundária, que ocorre nas fibras gelatinosas. Mostra-se distinta das demais pois, em microscopia de varredura, pode ser destacável e, em microscopia de transmissão, apresenta densidade diferente das demais. Além do suporte mecânico, por apresentar grande quantidade de pectina e consequentemente há acúmulo de água, denotando a função de sítio de reserva de água. Alguns trabalhos descrevem esta parede terciária como uma especialização das paredes secundárias.
A comunicação entre as células se dá através de plasmodesmos em paredes primárias, que forma um contínuo simplasto entre as células, no interior dos plasmodesmos passa retículo endoplasmático (RE), a essa porção do RE que atravessa o plasmodesmo denomina-se de desmotúbulo. Os plasmodesmos podem ser divididos em dois tipos: primários, que se formam durante a divisão celular demarcado na placa celular, estruturalmente pode ser observado como tipos simples (um canal), em funil, ramificado ou na forma de um complexo de plasmodesmos; e secundários, que se durante a diferenciação da parede secundária por um processo digestão da parede, isso ocorre, geralmente, por indução de patógenos.
Por sua vez, em parede secundária a comunicação é realizada por campos de pontoações: (i) simples - é apenas uma interrupção da parede secundária sobre a parede primária, geralmente, sobre os plasmodesmos, (ii) areolada - em vista frontal se mostra como uma aréola, ou seja, apresenta uma saliência de contorno circular e no centro desta encontra-se uma abertura, também circular, e (iii) mista – em um lado da comunicação apresenta-se como simples e no outro como areolada. Tais pontoações são interrupções na parede secundária, normalmente ocorrem onde já existiam plasmodesmos e podem apresentar vários tamanhos e detalhes estruturais.
Vacúolo é outra organela marcante. É constituído por apenas uma membrana simples e semi-permeável, o tonoplasto; no interior apresenta uma cavidade ocupada por água, íons e outras substâncias que apresenta pH geralmente ácido. Possui diferentes funções e propriedades, conforme o tipo de célula, mas em geral é responsável pelo(a): crescimento e desenvolvimento da planta através do controle osmótico, pressão de turgor da célula, acúmulo de metabólitos secundários e/ou substâncias formadoras de cristas (carbonato de cálcio, silicatos, oxalacetato de cálcio), manutenção do pH da célula, digestão de componentes celulares, auxilia na pigmentação de flores e frutos e atuam como mecanismo de defesa contra patógenos e herbívoros, além de ser responsável pela autofagia. Vale destacar que regiões meristemáticas geralmente possuem numerosos vacúolos pequenos, enquanto células adultas e completamente formadas apresentam apenas um vacúolo, mas ele pode ocupar até 90% do volume celular; devido a isto comprime o protoplasma contra a membrana plasmática atuando na manutenção da pressão de turgor que mantém as células túrgidas e em suas posições características.
Os plastídios são organelas que contém DNA próprio (como um resquício do processo de endossimbiose) daí a capacidade de se autoduplicarem, também apresentam um envoltório formado por duas membranas lipoproteicas. Há três tipos de classes de plastídeos, divididos de acordo com a presença e tipo de pigmento:

(i) Cloroplastos - são os principais plastídios e atuam ativamente no processo fotossintético, uma vez que apresentam como principal pigmento a clorofila a e b, além de carotenoídes acessórios, disposto no complexo antena. Apresenta uma matriz chamada de estroma, onde se localiza um sistema de membranas chamadas de tilacóides, os tilacóides dispões em forma de empilhada. A esse conjunto de tilacóides denomina-se granum (conjunto de granum é denomina de grana); há certos tilacóides que conctam os diferentes grana, estes são denominados de lamelas estromais.

(ii) Cromoplastos: com pigmentos vermelhos (eritoblastos) ou amarelos (xantoplastos) também atuam na fotossíntese.

(iii) Leucoplastos: são plastídios incolores, que acumulam certas substâncias como amido (amiloplasto), proteína (proteoplasto) os óleos (elaioplasto). Os amiloplastos são divididos em simples (se apresentarem apenas um hilo) ou compostos (se apresentarem dois hilos). O hilo é a parte central do grão de amido, ao redor do qual esta substância se dispõe, pode ser cêntrico ou excêntrico.

Vale destacar que dependendo das condições de luminosidade e da necessidade um determinado tipo de plastídeo pode se converter a outro tipo.
Ainda relacionado à fotossíntese, os peroxissomos são organelas esféricas que tem uma única membrana, tem um conteúdo granular, o qual pode conter um corpo repleto de proteínas. Tem um papel importante na fotorrespiração, um processo que consome oxigênio e libera dióxido de carbono, sendo o inverso da fotossíntese.
Por fim, as substâncias ergásticas são substâncias orgânicas ou inorgânicas que são resultantes do metabolismo celular. Estas não fazem parte da estrutura da célula, e podem ser líquidas ou sólidas. As principais substâncias ergásticas, pontuamos os: lipídios, taninos e cristais, como drusas e ráfides. A célula diferenciada que contem reserva tais substâncias é denominada idioblasto.
As plantas têm um processo de crescimento contínuo, isso se evidencia pela ação de células chamadas de meristemas. Estas fazem diversas divisões, originando um ou vários tecidos. Tal fenômeno é característico das células meristemáticas que podem ser classificadas em: unipotentes, multipotentes, pluripotentes e totipotentes. Os meristemas formam os diversos tecidos do corpo da planta, sendo divididos em primários ou apicais (protoderme, procâmbio e meristema fundamental) e secundários ou laterais (câmbio vascular e felogênio). Os meristemas apicais são um conjunto de células bem complexa que formam as células iniciais e derivadas e, consequentemente, o corpo primário das plantas. Ademais, a atividade supracitada é a responsável por originar nas plantas o caule juntamente com nós e entrenós, folhas, gemas auxiliares, ramos e estruturas reprodutoras e a raiz.

Tecidos vegetais

As células vegetais se organizam de diferentes formas a fim de originar tecidos vegetais com funções específicas. Alguns dos principais tecidos vegetais são descritos de forma breve a seguir:

Tecidos meristemáticos
As plantas crescem durante toda a sua longevidade e isso é possível graças às numerosas células que são adicionadas à sua estrutura por regiões de crescimento e divisão celular, chamadas de meristemas. As células meristemáticas são indiferenciadas, apresentam parede primária delgada e numerosos vacúolos e denso citoplasma. Os meristemas podem ser classificados de acordo com a sua localização no corpo vegetal, podendo ser chamado de meristema apical (nos ápices caulinares e radiculares), lateral (responsáveis pelo crescimento em espessura do caule) e meristemas intercalares (responsáveis pelo alongamento dos entrenós caulinares).

Tecidos de revestimento
São responsáveis pela proteção externa da planta e podem apresentar adaptações de acordo com o hábitat ocupado pelo indivíduo. Os principais tecidos de revestimento são a epiderme, que pode ser uni ou multisseriada, apresentar adaptações características e células especiais e a periderme, a qual substitui a epiderme nas plantas com ação de meristemas laterais e crescimento secundário. Suas células são bastante diferenciadas e é nos tecidos de revestimento que estão a maior parte dos cloroplastos, organelas importantes na nutrição vegetal.

Tecidos de condução
Os tecidos vasculares são análogos às nossas veias e artérias, pois promovem a distribuição de água e substâncias nutritivas ao corpo vegetal. É dividido basicamente em dois grupos: o xilema, composto por elementos traqueais, fibras e parênquima (um tecido fundamental), responsável pelo transporte de água e o floema, transportador de substâncias nutritivas produzidas pela planta. É composto de elementos crivados, parênquima e fibras.


Jogos - Tecidos Vegetais


 


Morfologia da RAIZ


 

Na germinação da semente, a primeira estrutura que emerge é a raiz (parte subterrânea da planta), tornando possível a planta jovem (plântula) se fixar no solo e absorver água. Desta forma a raiz é um importante órgão para evolução das plantas, pois permite o crescimento e manutenção da mesma, tais características refletem as principais funções dessa estrutura, absorção de água, de nutrientes e a fixação. Outras funções importantes seriam o armazenamento, já que muitas raízes são adaptadas para o armazenamento de substâncias (tais como batata-doce, cenoura e beterraba) e a condução de substâncias absorvidas pelas raízes pelo xilema para as partes aéreas da planta.

Características da Raiz:

A presença da coifa, a ausência de segmentação (nós e entre nós), não apresenta folhas e nem gemas, são aclorofilados (exceções alguns grupos de plantas, como as orquídeas e aráceas), apresenta geotropismo positivo ou seja, elas crescem em direção ao centro da terra a favor da gravidade, e fototropismo negativo, já que se desenvolve no sentido contrário ao da luz. Externamente a raiz apresenta estruturas e zonas que são características da mesma.
Zona de Ramificação – Região onde surgem as raízes secundarias (radicelas).
Zona Pilífera – Apresenta pelos, que são prolongamentos das células epidérmicas, onde ocorre a absorção.
Zona de Crescimento – Região de multiplicação e desenvolvimento celular, onde ocorre o prolongamento da raiz (tecido meristemático).
Coifa ou Caliptra – Região terminal que reveste e protege o cone vegetativo da raiz (tecido meristemático). Protege o mesmo contra o atrito e transpiração excessiva.

Tipos de Raizes:
Quanto o habitat (Subterrâneas, Aéreas e Aquáticas):

Subterrâneas: Raízes de plantas que se desenvolvem em solo firme.
* Fasciculada: Sistema radicular constituído de inúmeras raízes adventícias, originado de vários meristemas. Ocorre em monocotiledôneas.
* Pivotante: Composta por uma raiz principal que penetra o solo e desenvolve várias raízes secundarias, todas as raízes são originadas de único meristema. Ocorre em gimnospermas e eudicotiledôneas.
* Tuberosa: Possuem a característica de se desenvolverem com /estruturas de substancias de reserva, o acumulo desses nutrientes podem ficar contidos na raiz principal, como acontece na cenoura (Daucus carota - Apiaceae), ou nas raízes laterais, como em batata doce (Ipomoea batatas - Convolvulaceae).

Aquática: Caraterizada pela presença abundante de grandes espaços intercelulares, o aerênquima. Espaços de ar que são essenciais para aeração das células da raiz. Exemplos: Vitória-régia (Victoria amazônica - Nymphaeaceae), Aguapé (Pistia stratiotes).

Aérea: Raiz que possui total ou parcial contanto coma a atmosfera, também são consideradas adventícias.
* Aderente ou grampiforme – Permitem a fixação do vegetal em muros e pedras. Essas raízes se desenvolvem direcionadas para o substrato. A função de absorção de água e sais é quase completamente realizada pelas raízes da planta que se fixam no solo. Essas raízes podem ser encontradas em hera (Hedera helix - Araliaceae) e hera-miúda (Ficus repens - Moraceae).
* Estranguladora – A Raiz jovem forma várias raízes adventícias que envolvem a planta hospedeira, que crescem em direção ao solo, quando o atinge ramificam-se e começam a crescer em espessura principalmente em suas partes aéreas, inicialmente a hospedeira e epífita convivem bem, até que com o passar do tempo o crescimento da hospedeira começa a ser dificultado pela raiz epífita que vai continuar se espeçando, e então a planta acaba morrendo estrangulada pela raiz.
* Pneumatófora – Raízes de geotropismo negativo, que apresentam ramificações verticais ascendentes, ou seja, crescem para fora de solos encharcados de pântanos e mangues, um exemplo comum é a Rhizophora mangle - Rhizophoraceae. Elas apresentam estruturas de aeração, semelhantes às lenticelas do caule, que auxiliam a planta na obtenção do oxigênio atmosférico.
* Sugadora ou haustório – As plantas parasitas retiram água e seu alimento de um hospedeiro, com prejuízos para o mesmo. Elas se utilizam de um tipo especial de raiz que ajuda nesse processo. Primeiro é formada uma raiz adventícia discoide denominada apressório no contato do caule da planta hospedeira e da parasita. Algumas células do opressório começam a penetrar a casca da planta hospedeira, formando os haustórios, que se ramificam e crescem até atingir os tecidos vasculares do hospedeiro. Exemplo: cipó-chumbo.
* Escora ou suporte – Possuem um sistema radicular bem evoluído, com a formação de outras raízes, as adventícias acima do solo, raízes suporte. Elas tem função de auxiliar no equilíbrio da planta e também possuem papel importante na absorção e fixação de nutrientes. Comumente são encontradas em solos encharcados como o do mangue por exemplo, a pândano - Pandanus sp.) ou quando a planta é muito alta em comparação a sua base de apoio como exemplo, o milho (Zea mays - Poaceae).
* Tabulares – Assim denominadas por lembrarem o aspecto de tábuas, dispostas radialmente em torno da base do caule, servem para aumentar a base de apoio de plantas de grande porte, auxiliando no equilíbrio e sustentação do tronco. Elas são variações das raízes suporte encontradas em algumas grandes árvores desflorestas tropicais úmidas como, por exemplo, figueiras (Ficus sp., Moraceae) e chichá (Sterculia chicha - Sterculiaceae).

Jogos - Morfologia e Anatomia da Raiz

 


Morfologia do CAULE


 

O caule é o órgão da planta que fornece o suporte mecânico para folhas, flores e frutos, e também é responsável pela disposição destas partes na planta, além disso é o órgão que realiza a integração entre raízes e folhas. O caule possui crescimento perpendicular ao solo, há algumas exceções que crescem horizontalmente sobre o solo, chamados de estolho ou estolão. O caule em geral é verde, mas com o passar do tempo envelhece e a clorofila que tinha se degrada e a coloração é pouco a pouco substituída por uma coloração acinzentada ou parda. Em uma planta desenvolvida reconhecemos no caule regiões denominadas nó e entrenó, nó é a região onde ocorrem as gemas e de onde brotam as folhas e o entrenó é a região entre dois nós consecutivos e pode se encontrar mais ou menos desenvolvidos nos diferentes caules. As gemas podem ser laterais (axilar) ou apicais (terminal).

Origem
O Caule tem origem durante o desenvolvimento do embrião, o embrião bem desenvolvido possui um eixo-hipocótilo- radicular que possui cotilédones, podendo ser um ou dois cotilédones dependendo da sua evolução que são primórdios de gemas. Essas gemas são responsáveis pelo desenvolvimento do caule principal e das gemas laterais ou gemas axilares que por sua vez formarão ramos e folhas.

Constituição
O caule é um órgão que possui algumas estruturas, sendo elas: Gema apical, que é responsável pelo crescimento da planta para o alto, Gema axilar que dará origem aos ramos e folhas, nós que estão nos locais de onde partem as folhas e gemas axilares, entrenós que são os segmentos do caule e fica entre dois nós consecutivos.

Função
Possui função de proteção, suporte de ramos, flores e frutos, condução da seiva, distribuição do alimento, crescimento e propagação vegetativa, podem algumas vezes ter função de fotossíntese e reserva de alimentos.

Morfologia externa
Os caules podem apresentar estruturas especializadas, que podem ser: gavinhas, espinhos e acúleos, que tem função de proteção contra a herbivoria. Possuem nós e entrenós em toda sua extensão, os nós são regiões dilatadas de onde saem as folhas. Além dessas estruturas o caule possui gemas que são estruturas de suma importância pois são responsáveis pelo crescimento da planta tanto lateralmente quanto em comprimento, as gemas responsáveis pelo crescimento em comprimento são chamadas de gemas apicais ou terminais e estão situadas no ápice do caule, constituída por escamas e além de permitir o crescimento da planta também podem gerar um ramo folioso ou uma flor. As gemas responsáveis pelo crescimento lateral são chamadas de gemas laterais ou axilares e estão situadas na axila das folhas, possui constituição semelhante os terminais e podem muitas vezes se manterem dormentes, ou seja, sem haver crescimento.

Classificação
Quanto à consistência, os caules podem ser classificados em:

* Herbáceos- possui aspecto de erva, ou seja, são flexíveis, clorofilados e não lignificados. Como exemplo temos a serralha e o botão-de-ouro.
* Sublenhoso- tem aspecto rígido, sendo lenhificado somente na base, é comum de crista-de-galo, por exemplo.
* Lenhosos- caule consistente e resistente por conta da lenhificação e possui crescimento considerável em diâmetros transversais, comum de árvores.

Quanto ao ambiente que ocupam, os caules podem ser classificados em:

* Aéreos- estão acima do solo e em contato com a atmosfera, podendo ser classificados em: Haste: caule de diâmetro relativamente pequeno, ereto, herbáceo, não lignificado e clorofilado. Os nós geralmente são evidenciados pela presença das folhas. Exemplo: copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica - Araceae).
Tipos de caules aéreos:
* Tronco- caule lenhoso, com crescimento secundário, ou seja, crescimento lateral com desenvolvimento maior na base e com ramificações no ápice, característico das árvores. Há um tipo especial de tronco, o tronco suculento que se apresenta intumescido pelo acúmulo de água. Exemplo: paineira (Chorisia speciosa - Malvaceae).
* Haste- caules tenros, macios e maleáveis, geralmente verdes e não lenhosos, não possuem crescimento secundário.
* Trepadores- caule aéreo fino e longo que se enrola em um suporte. Os caules volúveis são dotados de irritabilidade e enrolam-se ao tocar em um suporte, podendo fazê-lo pela direita ou pela esquerda. Se o caule volúvel, ao passar por trás do suporte, dirige-se para a direita, é chamado dextrorso. Se, no entanto, dirige-se para a esquerda, ele é chamado sinistrorso. Exemplo: Hera (Ficus sp.) e cipó-uva (Serjania grandifolia).
* Rastejante- vivem apoiados paralelamente ao solo com ou sem raízes.
* Colmo- caule verde e flexível, geralmente ramificado e com uma nítida divisão entre nós e entrenós e com folhas desde a base. Os colmos podem ser: Cheios: apresenta os entrenós com medula. Exemplo: cana-de-açúcar (Saccharum officinarum - Poaceae) e milho (Zea mays - Poaceae).
* Estipe- caule geralmente cilíndrico, não ramificado, com nós e entrenós evidentes em decorrência das cicatrizes foliares, com uma coroa de folhas apenas no ápice. Exemplo: pândano (Pandanus veitchi - Pandanaceae).
* Subterrâneos- se desenvolvem abaixo da superfície do solo, como por exemplo, o gengibre. Podem ser considerados formas incomuns de caule, principalmente, porque uma das funções primárias do caule é a de expor as folhas à luz. Os caules subterrâneos, geralmente, são estruturas que associam as funções de armazenamento de reservas e formas de propagação vegetativa.

Tipos de caules subterrâneos:

* Rizoma- caule mais ou menos cilíndrico, com folhas modificadas em catáfilos. O caule apresenta crescimento horizontal na superfície do solo ou levemente enterrado, mas próximo à superfície do solo, podendo ser delgado ou suculento, em ambos os casos, geralmente, é armazenador de substâncias. Exemplo: bananeira (Musa paradisiaca - Musaceae), lírio-do-brejo (Hedychium coronarium - Zingiberaceae) e espada-de-São-Jorge (Sanseviera trifasciata - Liliaceae).
* Tubérculo- caule subterrâneo que apresenta a porção terminal de seus ramos longos e delgados, dilatada e cheia de reservas. O tubérculo difere do rizoma pelo fato do seu espessamento (acúmulo de substâncias) limitar-se às porções terminais e por não formar raízes adventícias a partir dos nós. Exemplo: batata inglesa (Solanum tuberosum - Solanaceae).
* Cormo- espessado e comprimido verticalmente, envolvido por catáfilos secos, possui uma estrutura sólida que armazena reservas. Um cormo difere de um tubérculo pelo fato de possuir o caule com a base espessada ao invés do ápice. Exemplo: palma-de-Santa-Rita (Gladiolus hortulanus - Iridaceae).
* Bulbo- apresenta eixo caulinar curto com formato ovoide ou discoide, envolto por folhas subterrâneas modificadas que quando secas recebem o nome de escamas e quando apresentam reservas são catafilos.

Quanto à ramificação os caules podem ser classificados em:

* Monopodial- possui predomínio do eixo principal sobre os ramos laterais que surgem abaixo da extremidade, o eixo principal é formado por tecidos da mesma gema. Exemplo: Pinheirinho- Casuarina sp..
* Simpodial- A gema terminal deixa de ser predominante dando lugar as gemas laterais que passam a ser principais e vão sendo substituídos por novas gemas laterais se tornam principais e assim segue o ciclo. Exemplo: árvores em geral.


Jogos - Morfologia e Anatomia do Caule


 


Morfologia da FOLHA


 

A folha é um órgão vegetativo de aspecto laminar, variam muito em forma e em estrutura interna e seu formato que é fundamental para manutenção da vida de uma planta. Originam-se da gêmula do embrião da semente. Os vegetais são autotróficos (capaz de produzir seu próprio alimento), possuem um mecanismo essencial à vida, que é a retenção de energia solar. Folhas não tem crescimento secundário, à medida que o primórdio foliar se desenvolve, os tecidos se diferem e se organizam em uma estrutura laminar, adaptada a captação de luz.
Além da fotossíntese, outros processos fisiológicos importantes para as plantas têm lugar nas folhas, tais como: respiração, transpiração e reserva de nutrientes. Para os seres vivos é importante na alimentação, sendo amplamente utilizada pelo homem na indústria e no comércio.

Morfologia externa da folha A folha apresenta apenas estrutura primária, derivada do primórdio foliar. Uma folha completa apresenta limbo, pecíolo e bainha, mas podem aparecer estípulas, pequenas formações dos lados da bainha que protegem o meristema nas folhas jovens.
Limbo: é a porção laminar expandida. A flexibilidade e espessura depende do tipo de espécie. Compreende, na maioria das vezes, a maior área da folha.
Pecíolo: porção pedunculada pelo qual o limbo se prende ao ramo caulinar, sendo uma estrutura de união. Alguns vegetais não o possuem, tendo assim, folhas sésseis.
Bainha: expansão na base junto ao caule, correspondendo a uma dilatação da base do pecíolo, melhorando a fixação da folha no caule.
Estípulas: um par de projeções filamentosas ou laminares da bainha. Protegem os meristemas nas folhas jovens.

Nervação e disposição do limbo
Nervuras são canais por onde circulam as substâncias necessárias à planta, podendo ser de diferentes formas. Os tipos mais frequentemente encontrados são:
Nervação reticulada, quando apresenta uma nervura principal;
Nervação paralela, quando as nervuras se dispõem de forma paralela;
Nervação uninérvea, quando apresentam comumente nervação principal;
Nervação palmatinérvea, quando as nervuras se apresentam em forma de palma de mão e;
Nervação curvinérnea, quando se dispõem curvadas ao longo do maior eixo da folha.

O limbo é a lâmina foliar, que quando não apresenta divisões é chamado de folha simples. Algumas folhas de dicotiledôneas basais e eudicotiledôneas podem ser simples ou compostas. Já nas folhas compostas o limbo possui divisão e cada peça é denominada folíolo, cada um com seu próprio pecíolo; que se reúnem para formar um pecíolo comum, unindo a folha ao nó caulinar.
As folhas ditas palmadas caracterizam-se por seus folíolos surgirem de um mesmo pecíolo, apresentando formato de mão.
Há também folhas compostas Imparipenadas e Paripenadas, quando o número de folíolos presente na folha é ímpar ou par, respectivamente e todos os folíolos surgem de um mesmo pecíolo central, sendo este denominada raque ou ráquis.

Filotaxia
Filotaxia (grego phyllon, folha, e taxis, arranjo) é área da botânica que estuda a forma como as folhas estão arranjadas ao longo do caule de uma planta. Essas informações são de suma importância para identificação de uma espécie vegetal.
O tipo mais comum de filotaxia é a alterna espiraladal, em que os pontos de inserção das folhas na sequência de nós se dispõem segundo uma hélice ao redor do ramo, em níveis diferentes. Outro tipo de filotaxia é a alterna, em que existe um par de folhas em cada nó, e elas se inserem alternadamente em lados opostos ao longo do caule.
Na filotaxia oposta existem duas folhas por nó, inseridas em lados diametralmente opostos. Se os pontos de inserção em nós adjacentes formam ângulos entre si a filotaxia é chamada de oposta cruzada. Pode haver também ainda três ou mais folhas por nó e, nesse caso, a filotaxia é denominada verticilada.

MODIFICAÇÕES FOLIARES
Brácteas Brácteas são folhas especiais semelhantes às pétalas, localizam-se na base das flores e inflorescências. Geralmente verdes, porém, em algumas plantas adquirirem outra coloração. Podem chegar a perder sua função principal de órgão fotossintetizante, contudo, desenvolvendo funções mais desenvolvidas, como por exemplo atrair animais polinizadores. Isso ocorre em plantas que não desenvolvem corola com pétalas coloridas e vistosas as quais possuem a função de atrair animais para a polinização.
Catáfilos São folhas reduzidas, em forma de escamas, que recobrem caules subterrâneos e gemas, protegendo o broto vegetativo durante o inverno e podem atuar como reserva nutritiva, tais como a cebola e o alho.
Gavinhas As gavinhas também podem ser consideradas folhas modificadas, comumente ocorrem em trepadeiras e auxiliam a planta a se fixar num suporte ou em outras plantas.
Espinhos Os espinhos são considerados folhas reduzidas pontiagudas, duras e finas, servem para defesa da planta, protegendo-a contra os herbívoros e evitando o excesso de transpiração, fazendo assim com que a planta não necessite de água por longo período, por isso são mais comuns em plantas de ambientes secos.

CUIDADO: Nem todos os espinhos e gavinhas são considerados folhas modificadas, algumas são modificações caulinares, crescem a partir de gemas, por exemplo, espinhos da laranjeira e gavinhas de chuchu.


Jogos - Morfologia e Anatomia da Folha


 


Morfologia da FLOR


 


Nas angiospermas, as estruturas relacionadas com a reprodução sexuada são as flores.
Cada flor, que aparece periodicamente nos ramos foliares, é um sistema de reprodução e é formado pela reunião de folhas modificadas presas ao receptáculo floral, que possui formato de um disco achatado. Por sua vez o receptáculo floral fica no topo do pedúnculo floral. É no receptáculo que geralmente se inserem os demais elementos florais. Esses outros elementos constituem os chamados verticilos florais:

Cálice - formado por sépalas; Corola - formada por pétalas; Androceu - formado por estames; Gineceu - formado pela fusão de folhas carpelares.

O androceu é formado por unidades chamadas estames. Cada estame consta de duas partes:
Filete - um filamento longo que se fixa na base da flor;
Antera - uma dilatação na ponta do filete e onde são produzidos os grãos de pólen. O gineceu é formado pela fusão de folhas modificadas, chamadas carpelos ou folhas carpelares. Ele apresenta uma porção basal dilatada, que corresponde ao ovário (no interior do qual está o óvulo), uma porção alongada chamada estilete que une o ovário ao estigma, porção apical do gineceu.

Classificação das flores

As flores são classificadas de acordo com vários critérios. Alguns deles:
1. Quanto ao número de verticilos externos:
Aclamídeas: sem cálice e sem corola.
Monoclamídeas: possuem cálice ou corola.
Diclamídeas: quando possuem cálice e corola.
Observação: Cálice e corola diferentes: Perianto
2. Quanto ao sexo das flores: Monóclinas ou Hermafroditas: possuem os dois sexos, androceu e gineceu. Díclina ou Unissexuada: possui apenas androceu ou gineceu. Estéreis: não possuem androceu ou gineceu, ou se apresentam, mas não são férteis.
3. Quanto ao número de peças por verticilo: Trímeras: três ou múltiplos de três peças. Ex.: Monocotiledôneas. Dímeras, Tetrâmeras, Pentâmeras: duas, quatro, cinco peças (ou múltiplos destes números), respectivamente, por verticilo. Ex.: Eudicotiledôneas.
4. Quanto ao agente polinizador:
Ornitófila – polinizada por pássaros;
Anemófila – polinizada pelo vento;
Quiropterófila – polinizada por morcegos;
Entomófilas – polinizada por insetos;
Antropófila – polinizada pelo homem;

Reprodução nas Angiospermas A reprodução das angiospermas inicia-se com a polinização , que é o encontro do grão de pólen com a parte feminina de uma flor, mais precisamente o estigma. Inicialmente, o grão de pólen – gametófito masculino imaturo – é formado pela célula do tubo e a célula geradora. Posteriormente, antes ou durante a dispersão, ocorre a formação de dois gametas a partir da célula geradora. Ao chegar ao estigma, o grão de pólen começa a absorver uma substância açucarada produzida pelas células dessa região, germina e forma o tubo polínico. Nesse estágio, com o tubo polínico formado e os dois gametas, ele é considerado maduro.
O tubo polínico cresce através do estilete até o saco embrionário do óvulo – gametófito feminino maduro – que é a região onde está localizada a oosfera. O saco embrionário é composto, geralmente, de oito núcleos e sete células: três antípodas, duas sinérgides, uma oosfera e uma célula central com os dois núcleos polares. Ao chegar ao óvulo, o tubo polínico, atraído por sinais químicos liberados pelas sinérgides, penetra essa estrutura por uma abertura chamada de micrópila. No interior do óvulo, ele adentra em uma das duas sinérgides e libera os dois gametas e o núcleo do tubo.
Um dos gametas encontra a oosfera e o outro une-se aos núcleos polares. Como os dois gametas participam do processo, diz-se que ocorre uma dupla fecundação, uma característica marcante das angiospermas.
O gameta que se uniu à oosfera origina o zigoto (2n). Os núcleos polares, juntamente ao outro gameta, são responsáveis por dar origem ao endosperma (3n), uma reserva nutritiva da semente. O zigoto forma o embrião e os tegumentos do óvulo formam a casca da semente. O desenvolvimento do ovário leva à formação dos frutos, que possuem como função principal a proteção da semente, além, é claro, de ajudarem na dispersão. Os frutos e as flores constituem as características mais marcantes de uma angiosperma.

Morfologia do FRUTO As últimas estruturas a surgir ao longo da evolução das plantas foram as flores e os frutos das angiospermas. As flores aumentaram a eficiência da reprodução devido à atração de polinizadores, enquanto os frutos forneceram maior eficiência na proteção e dispersão das sementes.
Após a fecundação, o ovário desenvolve-se formando o fruto, e os óvulos em seu interior originam as sementes. Nem todos os óvulos presentes no ovário são fecundados e tornam-se sementes, por isso, o tamanho, o formato do fruto e o número de sementes são variáveis. À medida em que a semente cresce, a parede do ovário também se desenvolve, devido à influência de hormônios vegetais, dando origem ao fruto. Este é constituído pelo pericarpo (parede do fruto), que é dividido em três regiões: o epicarpo (camada mais externa), o mesocarpo (camada intermediária, em geral comestível devido ao acúmulo de reserva nutritiva) e o endocarpo (camada mais interna).
Os frutos podem ser classificados de diversas formas através de suas variadas características.

Quanto à origem:
1. Múltiplo ou agregado: quando são originários de uma flor dotada de vários ovários. Exemplo: framboesa.
2. Compostos ou infrutescência: quando são originários de ovários de mais de uma flor. Exemplo: abacaxi.
2.1. Sorose: ovário e demais peças florais tornam-se carnudos. Exemplo: abacaxi.
2.2. Sicônio: receptáculo carnoso, internamente oco, dentro do qual acham-se os frutos. Exemplo: figo.
3. Simples: quando são originários de uma flor dotada de um único ovário. Exemplo: berinjela.
4. Complexos ou pseudofrutos: quando são resultado do ovário e de outra parte floral de uma única flor. Exemplo: caju.
4.1. Pomo: formado pelo ovário envolvido pelo receptáculo floral. Exemplo: maçã.
4.2. Balausta: receptáculo floral bem desenvolvido com pericarpo seco. Exemplo: romã.

Quanto ao número de carpelos:
1. Monocárpicos: resulta de gineceu unicarpelar.
2. Apocárpicos: resulta de gineceu dialicarpelar.
3. Sincárpicos: resulta de gineceu gamocarpelar.

Quanto ao número de sementes:
1. Monospérmicos: com uma só semente.
2. Polispérmicos: mais de uma semente.

Quanto à consistência do pericarpo:
1. Carnoso: pericarpo suculento.
1.1. Drupa: apenas uma semente protegida por um caroço aderido ao endocarpo. Exemplo: pêssego.
1.2. Baga: mais de uma semente. Exemplo: mamão. Existem ainda bagas com nomes especiais:
Hesperídeo: endocarpo preenchido por tricomas (pelos) sucosos. Exemplo: laranja.
Peponídeo: possui uma cavidade central. Exemplo: abóbora.

2. Seco: pericarpo não suculento.
2.1. Deiscente: o fruto se abre quando maduro permitindo a liberação das sementes.
Folículo: univalvo, com deiscência longitudinal. Exemplo: chichá.
Legume: bivalvo, com deiscência longitudinal. Exemplo: feijão.
Síliqua: bivalvo, com quatro deiscências longitudinais. Exemplo: mostarda.
Cápsula: valvas e carpelos variáveis. Exemplo: papoula.
Pixídio: possui urna e opérculo, deiscência transversal. Exemplo: sapucaia.
2.2. Indeiscente: o fruto não se abre.
Aquênio: monospérmico com a semente presa a um só ponto do pericarpo. Ex.: girassol. Cariopse: tegumento da semente totalmente ligado ao pericarpo. Exemplo: milho. Sâmara: monospérmico, pericarpo com extensão alada. Exemplo: amendoim-bravo.
Em alguns casos pode haver o desenvolvimento do fruto sem que haja fecundação, essa condição recebe o nome de partenocarpia. É uma forma de reprodução assexuada, por propagação vegetativa, onde o fruto é formado sem que o óvulo seja fecundado, e por isso, não há formação de sementes, os “pontinhos” encontrados dentro desses frutos são na verdade óvulos não fecundados. Exemplo: banana.

Jogos - Morfologia da Flor

 


Morfologia do FRUTO


 

As últimas estruturas a surgir ao longo da evolução das plantas foram as flores e os frutos das angiospermas. As flores aumentaram a eficiência da reprodução devido à atração de polinizadores, enquanto os frutos forneceram maior eficiência na proteção e dispersão das sementes.
Após a fecundação, o ovário desenvolve-se formando o fruto, e os óvulos em seu interior originam as sementes. Nem todos os óvulos presentes no ovário são fecundados e tornam-se sementes, por isso, o tamanho, o formato do fruto e o número de sementes são variáveis. À medida em que a semente cresce, a parede do ovário também se desenvolve, devido à influência de hormônios vegetais, dando origem ao fruto. Este é constituído pelo pericarpo (parede do fruto), que é dividido em três regiões: o epicarpo (camada mais externa), o mesocarpo (camada intermediária, em geral comestível devido ao acúmulo de reserva nutritiva) e o endocarpo (camada mais interna).
Os frutos podem ser classificados de diversas formas através de suas variadas características.

Quanto à origem:
1. Múltiplo ou agregado: quando são originários de uma flor dotada de vários ovários. Exemplo: framboesa.
2. Compostos ou infrutescência: quando são originários de ovários de mais de uma flor. Exemplo: abacaxi.
2.1. Sorose: ovário e demais peças florais tornam-se carnudos. Exemplo: abacaxi.
2.2. Sicônio: receptáculo carnoso, internamente oco, dentro do qual acham-se os frutos. Exemplo: figo.
3. Simples: quando são originários de uma flor dotada de um único ovário. Exemplo: berinjela.
4. Complexos ou pseudofrutos: quando são resultado do ovário e de outra parte floral de uma única flor. Exemplo: caju.
4.1. Pomo: formado pelo ovário envolvido pelo receptáculo floral. Exemplo: maçã.
4.2. Balausta: receptáculo floral bem desenvolvido com pericarpo seco. Exemplo: romã.

Quanto ao número de carpelos:
1. Monocárpicos: resulta de gineceu unicarpelar. 2. Apocárpicos: resulta de gineceu dialicarpelar. 3. Sincárpicos: resulta de gineceu gamocarpelar.

Quanto ao número de sementes:
1. Monospérmicos: com uma só semente. 2. Polispérmicos: mais de uma semente.

Quanto à consistência do pericarpo:
1. Carnoso: pericarpo suculento.
1.1. Drupa: apenas uma semente protegida por um caroço aderido ao endocarpo. Exemplo: pêssego.
1.2. Baga: mais de uma semente. Exemplo: mamão. Existem ainda bagas com nomes especiais: Hesperídeo: endocarpo preenchido por tricomas (pelos) sucosos. Exemplo: laranja. Peponídeo: possui uma cavidade central. Exemplo: abóbora.

2. Seco: pericarpo não suculento.
2.1. Deiscente: o fruto se abre quando maduro permitindo a liberação das sementes. Folículo: univalvo, com deiscência longitudinal. Exemplo: chichá. Legume: bivalvo, com deiscência longitudinal. Exemplo: feijão. Síliqua: bivalvo, com quatro deiscências longitudinais. Exemplo: mostarda. Cápsula: valvas e carpelos variáveis. Exemplo: papoula. Pixídio: possui urna e opérculo, deiscência transversal. Exemplo: sapucaia.
2.2. Indeiscente: o fruto não se abre. Aquênio: monospérmico com a semente presa a um só ponto do pericarpo. Ex.: girassol. Cariopse: tegumento da semente totalmente ligado ao pericarpo. Exemplo: milho. Sâmara: monospérmico, pericarpo com extensão alada. Exemplo: amendoim-bravo.

Em alguns casos pode haver o desenvolvimento do fruto sem que haja fecundação, essa condição recebe o nome de partenocarpia. É uma forma de reprodução assexuada, por propagação vegetativa, onde o fruto é formado sem que o óvulo seja fecundado, e por isso, não há formação de sementes, os “pontinhos” encontrados dentro desses frutos são na verdade óvulos não fecundados. Exemplo: banana.


Jogos - Morfologia do Fruto


 


Morfologia da SEMENTE


 

A semente é simplesmente um óvulo maduro fecundado contendo um embrião. Uma semente é descrita por conter o embrião pronto para desenvolver-se, pois é um organismo já completo, com todas as partes elementares prontas.
As sementes das Angiospermas são formadas basicamente pelo tegumento e embrião (cotilédone(s) + eixo embrionário) e um terceiro componente denominado endosperma, às vezes ausente. Nas Gymnospermae, como não ocorre dupla fecundação, o tecido que persiste como tecido de nutrição do embrião é o próprio ginófito, embora muitos autores o denominem de endosperma primário (porque já existia no óvulo antes da fecundação), diferenciando-se do endosperma secundário resultante da fecundação dupla das angiospermas.
No entanto, do ponto de vista funcional, as sementes são constituídas por casca (cobertura protetora), tecido de reserva (endospermático ou cotiledonar, ou perispermático) e tecido meristemático (eixo embrionário), cada parte apresentando funções específicas.
1. Casca ou Cobertura protetora
É a estrutura externa, que delimita a semente e pode ser constituída apenas pelo tegumento ou conter também o pericarpo.

a) Tegumento
O tegumento é uma cobertura constituída por camadas celulares originárias dos de integumentos, da calaza, de tecidos da rafe, e algumas vezes também de camadas da nucela que pode ser incluída na camada mais interna. Por ser originário de tecidos do óvulo, apresenta as características genéticas da planta mãe. O tegumento é constituído em geral de duas camadas a testa e o tégmen:

Testa
É o tegumento externo da semente, quando o óvulo tem originalmente dois integumentos (primina e secundina). O termo só pode ser usado como sinônimo de tegumento quando a semente apresenta uma única camada (tégmen ausente) e, portanto se originou da primina do óvulo.

Tégmen ou Tégme
É o tegumento interno da semente, quando o óvulo tem originalmente dois integumentos (primina ou intina - in e secundina ou exina - ex). A testa e o tégmen nem sempre estão bem diferenciados; às vezes aparece um só tegumento, em outras ocasiões este falta ou perde a sua individualidade e ainda podem ocorrer mais de dois tegumentos. Em uma semente bitegumentada estão presentes a testa e o tégmen, enquanto em sementes unitegumentadas considera-se que existe apenas a testa e em alguns casos extremos, as sementes são ategumentadas. Nas sementes de Leguminosas ou o tegumento interno desaparece ou é frequentemente amassado durante a ontogênese, não contribuindo para a formação do tegumento na semente madura, ao passo que o externo se diferencia em diversas camadas.
Durante a maturação da semente, o tegumento de muitas espécies sofre uma serie de alterações estruturais variáveis. Variações na estrutura do tegumento dependem de caracteres específicos do óvulo, especialmente quanto ao número e espessura dos tegumentos e arranjo do tecido vascular, e das modificações sofridas pelo tegumento durante o desenvolvimento e maturação da semente. A variabilidade anatômica dos tegumentos tem sido utilizada taxonomicamente para distinguir diferentes gêneros e espécies.
Vários fenômenos podem ocorrer, tais como: variação na intensidade de destruição celular; variação no grau de esclerificação e de distribuição das células mecânicas; variação na distribuição de corantes e de outras substâncias orgânicas; variação na diferenciação de tricomas; fatores que fazem com que o tegumento se torne áspero ou liso, duro ou macio, colorido de uma ou várias cores, piloso ou glabro, híspido ou viloso, com asas, espinhos ou resinas etc. As sementes podem ainda estar protegidas por cutículas que se originam do óvulo e formam uma membrana contínua, só interrompida na região hilar.
Os tipos de apêndices ou a presença de outras estruturas ou marcas, encontrados no tegumento podem ser de grande importância na identificação das sementes. Algumas vezes eles têm origem nos tecidos da testa, em outras, no tégmen ou tecidos mais profundos. Por exemplo, nas leguminosas, as células epidérmicas diferenciam-se em macroesclerideos; em Gossypium (Malvaceae) transformam-se em pêlos; em Linum (Linaceae) as membranas epidérmicas são muito higroscópicas e tornam-se mucilaginosas em contato com a água. Certas sementes apresentam a testa ou a sua parte mais externa carnosa, sendo esta denominada sarcotesta, como a da romanzeira e a do mamoneiro. A sarcotesta está relacionada com a dispersão da semente por animais.

b) Pericarpo
O pericarpo é originário da parede do ovário maduro. É formado por três camadas: epicarpo, mesocarpo e endocarpo. O epicarpo ou exocarpo é a camada mais externa e corresponde a epiderme externa ou inferior da folha carpelar. Mesocarpo é a camada mediana e corresponde ao mesofilo carpelar e é, em geral, a parte mais desenvolvida do fruto; pode ser fibroso, farináceo, carnoso e comestível ou não. Endocarpo é a camada interna e corresponde à epiderme interna ou superior da folha carpelar; cuja textura pode ser dura, lenhosa ou óssea.
Em alguns casos, ele se desenvolve intimamente ligado ao tegumento, sendo impossível identificar qualquer ponto delimitante, como no caso das cariopses, aquênio, carpídio, cremocarpo, drupa, glomérulo, mericarpo, núcula, nuculânio, sâmara e samarídio. Nesses casos é mais conveniente tratar a unidade propagativa por diásporo ao invés de semente.

2. Tecido de reserva
O eixo embrionário depende de uma fonte de energia e de substâncias orgânicas para a elaboração de novas paredes celulares, citoplasma e núcleos, desde o início da germinação até que a plântula se torne autotrófica, ou seja, capaz de sintetizar matérias orgânicas pelo processo de fotossíntese. Essa fonte é o tecido de reserva que atua como reservatório e como fornecedor de compostos orgânicos em forma simples, para que possa ser utilizados pelo eixo embrionário.
As reservas da semente podem localizar-se nos cotilédones, endosperma ou no perisperma.

a) Cotilédones
Os cotilédones originam-se do próprio zigoto, fazem parte do embrião e corresponde à primeira estrutura semelhante à folha (protófilo) ou o primeiro par de folhas embrionárias, das Angiospermas e Gimnospermas. O(s) cotilédone(s), ao contrário do eixo embrionário, não têm capacidade de crescimento, e podem apresentar função(ões) de: reserva de nutrientes; síntese (fotossíntese) ou ainda como haustório.
Em muitas espécies, o embrião desenvolve-se bastante, absorvendo todo o endosperma e acumulando substâncias de reserva nos cotilédones. Como não apresentam endosperma, as sementes destas espécies são chamadas exalbuminosas, como exemplo as leguminosas. Nestes casos, os cotilédones apresentam-se volumosos e carnosos e não se parecem com folhas verdadeiras. Podem ser epígeos ou hipógeos. Os hipógeos permanecem embaixo do solo por semanas ou meses, enquanto o resto da plântula continua o seu desenvolvimento. Os epígeos emergem aderido ao hipocótilo e tornam-se esverdeados e podem fotossintetizar, mas são cotilédones de reserva, exemplo feijão.
Os cotilédones de algumas espécies podem tornar-se os primeiros órgãos fotossintetizadores da plântula. Nesse caso, os cotilédones são finos, de tamanho médio a grande e se parecem com as folhas verdadeiras. Tais cotilédones sempre emergem acima do solo e se tornam verdes, sendo denominados cotilédones produtores. Este tipo de germinação é denominada epígea fanerocotiledonar.
Podem também exercer a função haustorial, que se manifesta durante o processo germinativo, realizando o transporte de reservas alimentícias da semente para a plântula em desenvolvimento, como nas criptocotiledonares. Nas Monocotiledôneas, a porção haustorial do cotilédone é denominada de escutelo. Essa porção permanece no interior do tegumento durante a germinação da semente, funcionando como um órgão que absorve os nutrientes armazenados no tecido de reserva e os leva para a plântula.

b) Endosperma
O mesmo que albume ou albúmen e corresponde ao tecido nutritivo (triplóide) resultante da dupla fecundação que ocorre nas Angiospermas. Nas Gymnospermae, como não ocorre dupla fecundação, o tecido que persiste como tecido de nutrição do embrião é o próprio ginófito, embora muitos autores o denominem de endosperma primário (porque já existia no óvulo antes da fecundação), diferenciando-se do endosperma secundário resultante da fecundação dupla das Angiospermas.
O endosperma pode ser parcial ou completamente absorvido pelo embrião em desenvolvimento ou pode permanecer até que a semente germine. As sementes maduras desprovidas de endosperma são denominadas exalbuminosas e aquela com endosperma são chamadas albuminosas. Na maioria das sementes albuminosas, o embrião é pequeno em relação ao endosperma e é por este circundado. Quanto à textura, o endosperma pode ser farináceo, carnoso, gelatinoso, córneo ou crasso.

c) Perisperma
É o tecido de reserva que se origina da nucela ou dos integumentos, presente em algumas sementes e pode ocorrer como tecido nutritivo único, como nas Amaranthaceae, Caryophyllaceae, Chenopodiaceae, Phytolacaceae, Polygonaceae e Portulacaceae (onde apresenta reserva de amido); ou aparece acompanhado pelo endosperma mais ou menos copioso, como nas Musaceae, Piperaceae e Nymphaeaceae. Estas sementes são denominadas de perispérmicas. O perisperma nucelar não é muito comum, pois a medida que o embrião se desenvolve, a nucela se degenera e é absorvida totalmente; é encontrado em Piperaceae. O perisperma integumentar é mais comum, sendo encontrado em muitas espécies.
Perisperma e endosperma são análogos, têm a mesma função de armazenar reservas, mas de nenhuma forma homólogos, pois apresentam origem diversa. Quanto à textura, o perisperma pode ser carnoso ou gelatinoso.

3. Tecido meristemático (eixo embrionário)
O eixo embrionário é a parte vital do embrião que possui capacidade de crescimento, por possuir tecidos meristemáticos com capacidade de divisão celular, localizados em ambas as extremidades. O meristema apical da parte aérea irá originar a parte aérea, enquanto que o meristema apical do sistema radicular irá originar a porção radicular.
O eixo embrionário das Eudicotiledóneas é dividido em duas partes: uma acima do nó cotiledonar e outra abaixo do mesmo. O nó cotiledonar é o ponto do eixo onde se prendem os dois cotilédones. A porção do eixo embrionário abaixo do nó cotiledonar é denominada hipocótilo e na extremidade do hipocótilo encontra-se a radícula, que originará a raiz primária da nova planta. Muitas vezes é difícil visualizar externamente o limite entre o hipocótilo e a radícula, por isto o eixo embrionário abaixo do nó hipocotiledonar e denominado eixo hipocótilo-radícula. A porção do eixo embrionário acima do nó cotiledonar é designada epicótilo. Na extremidade do epicótilo existe a gema apical, que originará a futura parte aérea da planta. Frequentemente encontramos folhas já diferenciadas no embrião, as quais se prendem ao epicótilo em um nó situado pouco abaixo da gema apical, são as folhas primárias. Ao conjunto da gema apical mais as folhas primárias denomina-se plúmula.


Jogos - Morfologia da Semente


 

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Referências


 

CORTEZ, P. A.; SILVA, D. C.; CHAVES, L. F. Manual prático de morfologia e anatomia vegetal. Ilhéus: Editus, 2016. 92p.
CUTLER, D. F.; BOTHA, T.; STEVENSON, D. W. Anatomia vegetal: uma abordagem aplicada, Porto Alegre: Artmed, 2011. 304 p.
CUTTER, G. E. Anatomia vegetal - parte I - células e tecidos. São Paulo: Roca, 1986. 304p.
ESAU, K. Anatomia das Plantas com Sementes. 1. ed. São Paulo: Blucher, 1974. 293p.
EVERT, R. F. Anatomia das plantas de Esaú: meristemas, células e tecidos do corpo da planta; sua estrutura, função e desenvolvimento. São Paulo: Blucher, 2013.
FERRI, M. G. Botânica: morfologia interna das plantas - anatomia. 9. ed. São Paulo: Nobel, 1999. 112 p.
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GONÇALVES, E. G.; LORENZI, H. Morfologia vegetal: Organografia e dicionário ilustrado de morfologia das plantas vasculares. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2007. 416 p.
KRAUS, J.; ARDUIN, M. Manual básico de métodos em morfologia vegetal. Seropédica: EDUR, 1997.
OLIVERA, D. M. T.; MACHADO, S. R.; STAHL, J. M.; RODRIGUES, T. M. Álbum didático de anatomia vegetal. Botucatu-SP: UNESP, 2009. 65p.
PENÃ, J. R. A. Manual de Histología vegetal. Madrid: Ediciones Mundi- Prensa, 2011. 326p.
SOUZA, L. A. Morfologia e anatomia vegetal: células, tecidos, órgãos e plântulas. Ponta Grossa: UEPG, 2009. 259 p.
SOUZA, L. A.; ROSA, S.M.; MOCHESTA, I. S.; MOURÃO, K. S.; RODETA, R. A.; ROCHA, D. C. Morfologia e anatomia vegetal: técnicas e práticas. 1. ed. Ponta Grossa: UEPG, 2005. 194 p.
SOUZA, L. A. Anatomia do fruto e da semente. 1. ed. Ponta Grossa: UEPG, 2006. 200 p.
VANNUCCI, A. L.; REZENDE, M. H. Anatomia vegetal: noções básicas. Goiânia: edição do autor, 2003. 190p.
VIDAL, W. N. & VIDAL, M. R. R. Botânica – Organografia; quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos. 3. ed. (2ª reimpressão). Viçosa: UFV, 1990. 114p.

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Universidade Federal do Delta do Parnaíba-UFDPar

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